Desde que os eventos biotecnológicos
passaram a fazer parte da vida do agricultor, a atenção do mercado se voltou
para duas coisas: a eficiência e a longevidade dessas tecnologias. A
importância dessa ferramenta se revela em números. Segundo estudo divulgado
pelo CiB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia) em janeiro, de 2005 até 2018, as sementes de algodão, milho e soja resistentes a insetos
disponibilizadas no país renderam um lucro adicional de R$ 21,5 bilhões para os agricultores.
“As plantas Bt são desenvolvidas por
meio da biotecnologia para serem capazes de resistir a determinados
insetos-praga. Para que as plantas apresentem essa resistência, foi inserido em
seu DNA um gene que expressa uma proteína tóxica para alguns insetos como
lagartas, besouros, moscas etc. Essa inserção, entretanto, não tem efeito sobre
outros organismos e nem sobre o ser humano”.
(CiB)
O Conselho também aponta uma
projeção interessante: daqui 10
anos, o lucro acumulado dos agricultores que utilizam a tecnologia Bt pode
alcançar R$70,5 bilhões. Além disso,
o relatório revela que os agricultores brasileiros podem perder R$86 bilhões em 10 anos caso não exista
mais biotecnologia eficaz disponível no mercado.

De acordo com o Serviço
Internacional para Aquisição de Aplicações de Agrobiotecnologia (ISAAA), o Brasil
é o segundo país que mais utiliza
transgênicos no mundo. Pesquisa divulgada pela organização em 2018 mostra
que o produtor brasileiro foi responsável pelo plantio de 50,2 milhões de hectares de plantas geneticamente modificadas em 2017. O número representa 26% da área plantada com transgênicos no
mundo.
Para que os agricultores continuem
usufruindo de todos os benefícios da biotecnologia em um cenário onde seu uso
tem aumentando constantemente, alguns gargalos precisam ser solucionados. Entre
eles, está o desenvolvimento de resistência
de insetos-praga ao Bt.
Como
insetos se tornam resistentes?
O Comitê de Peritos em Inseticidas
da Organização Mundial de Saúde definiu a resistência destes insetos como o desenvolvimento da capacidade de suportar
doses de inseticidas que seriam letais para uma população normal de organismos
da mesma espécie.
O fator crucial para o
desenvolvimento de resistência é a pressão
de seleção exercida por moléculas de inseticidas ou de biotecnologias que
expressam o Bt para manejar pragas. Ao permitir
que os insetos naturalmente resistentes
sobrevivam, enquanto insetos
suscetíveis são eliminados, a tecnologia em questão cria um ambiente onde
apenas insetos resistentes se reproduzem, originando gerações futuras de
insetos resistentes.
“Assim como
existem insetos suscetíveis à proteína Bt, há uma minoria que é naturalmente
resistente à ela. Se o produtor optar por plantar apenas sementes Bt, poderá
notar, inicialmente, um controle efetivo dos insetos. Contudo, a médio prazo,
essa escolha faz com que os indivíduos que são naturalmente resistentes à
proteína sejam selecionados e, com o passar do tempo, se tornem maioria”. (CiB)
Nesse contexto, qualquer
tecnologia de manejo de pragas que seja exposta de forma indiscriminada, sem o acompanhamento de práticas
complementares, pode perder a eficácia em pouco tempo de uso devido a
variabilidade genética dos insetos-praga.
Alerta
da resistência
A tecnologia transgênica Intacta RR2
Pro passou a ser testada nas lavouras brasileiras na safra de 2007/08. Lançada
oficialmente no mercado em 2010, a tecnologia que protege a planta de soja do
ataque de insetos-praga ao expressar a proteína Bt, ainda é um importante insumo para os agricultores.

Até a safra 2017/18 a tecnologia seguia
entregando todo seu potencial – proteção contra a lagarta da soja (Anticarsia
gemmatalis), lagarta falsa medideira (Chrysodeixis includens e Rachiplusia nu), broca das axilas (Crocidosema
aporema) e lagarta das maçãs (Heliothis virescens) – além de
suprimir a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a
lagarta Helicoverpa armígera.
No entanto, naquele ano fora
registrado o primeiro sinal de alerta de
resistência à Intacta RR2 Pro no Brasil. Ataques
de Helicoverpa armigera foram constatados em lavouras de soja Bt na região do Chapadão do Céu, em Goiás. Na ocasião, a Fundação Chapadão em parceria com Instituto Phytus, realizaram uma série
de testes. A divulgação dos resultados indicou que o caso poderia se tratar de
um primeiro inseto resistente ao mecanismo de defesa expressado pela Intacta.
Apesar de as comunicações comerciais
do produto alertarem os usuários
desde o início sobre a importância do Manejo
Integrado de Pragas (MIP) associado ao uso de sementes com tecnologia Bt, a
realidade nos campos era diferente. Como consequência, o setor passou a olhar o
uso da biotecnologia com outros olhos, entendendo que é preciso preservá-la.
Diante desse cenário, um conceito de
extrema importância ganhou notoriedade. O Manejo
de Resistência de Insetos passou a integrar as práticas do agricultor com o
objetivo de promover a longevidade de importantes ferramentas de manejo de
pragas.
Conheça o MRI – Manejo de
Resistência de Insetos
O MRI é um conjunto de medidas que
podem ser adotadas para retardar a evolução da resistência de insetos às
proteínas Bt. É recomendado para promover a longevidade e eficácia das
tecnologias voltadas para as culturas de milho, soja e algodão. Entre as
principais práticas desse manejo, estão:
- Adoção de refúgio estruturado de acordo com cada
cultura - Uso de inseticidas
alternativos, a base de moléculas
diferentes do Bt - Uso de controle biológico
Além disso, as Boas Práticas
Agronômicas (BPA) também devem ser realizadas no campo para potencializar o
MRI. Conheça algumas delas:
- Dessecação antecipada
para controle de plantas daninhas e
voluntárias - Rotação de princípios ativos de inseticidas
- Monitoramento da área após a aplicação de inseticidas
- Rotação de culturas
- Tratamento das sementes
A
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